
O tempo de descanso entre séries é um dos fatores pouco conhecidos que podem afetar drasticamente o seu treino de musculação.
Mais que isso: também chamado de intervalo de recuperação (IR), esse tempinho que muitos usam para mexer no celular ou conversar é um divisor de águas entre um treino eficiente e um treino comum.
Você certamente vê pouquíssimas pessoas contando o tempo entre séries, mas são justamente essas pessoas que obtêm os melhores resultados.
Por que o tempo de descanso entre séries pode mudar completamente seus resultados?
Um dos itens essenciais para treinar é ter um relógio, de preferência digital.
Isso porque existem vários tipos de treino, e para cada um desses tipos, existe um tempo adequado de descanso entre as séries.
É muito que comum que as pessoas ignorem solenemente este tempo, como também é comum prescreverem 1 minuto de descanso como algo universal, que serve para qualquer pessoa e qualquer objetivo.
Porém, diferentes intervalos de recuperação modificam as respostas metabólicas, hormonais e cardiovasculares em um treinamento com pesos, assim como o desempenho das próximas séries.
Por meio do descanso entre séries, podemos regular os estímulos fisiológicos que desejamos obter.
Como exatamente isso acontece?
Essa parte não é tão simples de entender, vamos lá, leia com atenção:
O corpo humano dispõe de três vias metabólicas ou produtoras de energia:
Sistema Anaeróbio Alático (ATP/CP – CP é creatina fosfato)
Sistema Anaeróbio Lático (Glicolítico – Glicose e Glicogênio)
Sistema Aeróbio (Oxidativo – Carboidratos e Gorduras)
Nenhum deles é usado isoladamente, mas, dependendo da duração e da intensidade da atividade, um deles se torna o principal.
Em movimentos de força e rapidez, como a musculação, o sistema anaeróbico alático (ATP/CP) é o mais utilizado, pelo menos em um primeiro momento.
O ATP, que é trifosfato de adenosina ou adenosina trifosfato, são moléculas armazenadoras de energia.
Numa série de reações químicas, estas moléculas se transformam em energia e funcionam como “bateriazinhas”, que poderão liberar “doses” de energia nos locais onde estiverem, mas os estoques de ATP nas células são pequenos e precisam ser ressintetizados a partir de outros substratos, como a creatina (ATP-CP), glicose e lipídios (gordura).
E é aí que entra o tempo de descanso entre séries!
Estudos afirmam que quando o objetivo é hipertrofiar os músculos, o treino deve ser planejado de maneira que as reservas energéticas (ATP-CP) sejam esgotadas.
A finalidade disso é comprometer a quantidade de energia disponível para o músculo exercitado, e uma das maneiras de se atingir este objetivo é reduzindo os intervalos de descanso entre as séries.
O argumento usado é que quando o intervalo de recuperação é mais curto, o músculo tem menos tempo para restaurar as reservas energéticas ATP-CP.
Se a série for até a exaustão ou chegar bem perto disso, as reservas de ATP-CP serão consumidas e o curto intervalo de descanso não proporciona a recuperação completa dessas reservas.
Assim, o músculo é forçado a se adaptar, aumentando a sua capacidade de transporte de energia, o que resulta no estímulo ao crescimento muscular.
Isso acontece graças ao aumento da quantidade de creatina fosfato (CP) nas células musculares e à ativação do metabolismo protéico, fatores que, por sua vez, estimulam a hipertrofia.
Este super conteúdo continua na próxima semana, onde mostraremos a duração do intervalo recomendado para cada tipo de treino! Fique ligado!
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